Relação entre publicidade e conteúdo na internet

Este artigo começa afirmando que a relação entre publicidade e conteúdo tem se tornado bastante tênue na internet. Desta forma, os autores pretendem investigar se a prática de unir publicidade e conteúdo irá prevalecer ou se tornar menos comum com o avanço da Internet. Para realizar tal investigação, os autores dividiram o percurso em quatro etapas: 1º propõe-se uma classificação entre as estratégias de publicidade relevantes; 2º faz-se uma descrição do comportamento do usuário em termos de busca e bloqueio; 3º analisa-se as escolhas de estratégias por parte dos anunciantes para se identificar se o empacotamento será preferido; 4º olha-se para algumas evidências empíricas.

1º As estratégias de publicidade na Internet
Os autores afirmam que as categorizações de publicidade normalmente utilizadas não são perfeitamente aplicáveis para se analisar o empacontamento (da publicidade com o conteúdo). Por isso, o autor afirma que existem três estratégias de anúncios na internet : o anúncio direto e indireto; anúncios contextuais e não-contextuais; e publicidade com recompensa e sem recompensa. Como a publicidade por empacotamento tem de ser direta, sobram seis possibilidades de uso das estratégias citadas. Entretanto, em diversos casos a recompensa pela publicidade pode ter um custo muito alto para o anunciante. Sendo assim, existem três grandes estratégias possíveis para anúncios por empacotamento.

2º Descrição do comportamento do usuário na internet m termos de busca e bloqueio
Mesmo nos meios convencionais, o consumidor pode bloquear a sua exposição a um anúncio. Entretanto, nas novas mídias, este bloqueio é ainda mais fácil. Para os autores, o consumidor só irá buscar informações de um anúncio se isso for melhorar a sua decisão de compra. Mas tende a bloquar a publicidade se achar que o custo de se expor a ela é maior do que a recompensa que possa receber.

3º Estratégias dos anunciantes
Pelo custo de uma pesquisa e pelas possibilidades de bloqueio que os consumidores têm com as mídias convencionais, os anunciantes tendem a usar os anúncios diretos para atingir esses consumidores. Entretanto, na internet, com o aumento das possibilidades e a redução dos custos de pesquisa e bloqueio, os anunciantes devem usar mais frequentemente os anúncios indiretos. Os anúncios contextuailizados, segundo os autores, tendem a ser menos usados, pois como há uma abundância de informações na Internet, facilmente encontráveis quando desejado, os consumidores tendem a tolerar cada vez menos as interrupções provocadas pelos anúncios diretos.

Resumo de The relationship between advertising and content provision on the Internetn de Yuehong Yuan, Jonathan P. Caulkins and Stephen Roehrig

Os bastidores da Guerra dos Navegadores de Internet

Lucas Reis

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O lançamento do Google Chrome colocou luz numa área da internet que nos últimos anos era vista como coadjuvante. O novo navegador da maior empresa de internet mundial promete colocar fogo no mercado de browsers, hoje amplamente dominado pela Internet Explorer da Microsoft e, de uma maneira bem mais tímida, pelo Firefox da Fundação Mozilla. Com este assunto de volta às manchetes, o Blog de Tecnologia do Portal Exame disponibilizou um documentário sobre a história dos browser de Internet.

Ao ler um pouco sobre navegadores, duas perguntas devem vir à cabeça do leitor: a 1ª - o que diferencia um navegador do outro, eles não fazem a mesma coisa, ou seja, mostrar os conteúdos das páginas da web?; e a 2ª - Por que uma empresa colocaria tempo e dinheiro num software que todo mundo irá baixar de graça?

A resposta da 2ª pergunta deriva da primeira. O browser, ou navegador, é uma plataforma em cima da qual diversos produtos e serviços podem ser oferecidos pela Internet, da mesma maneira que o Windows, um sistema operacional, é a principal base para desenvolvimento de softwares para PCs. O papel do browser é, por um lado, permitir que os editores e webmasters ofereçam cada vez mais coisas através da Internet, e, por outro, tornar a web cada vez mais útil e simples para o usuário. Como o mercado de serviços e produtos pela Internet é multibilionário e tem excelentes perspectivas, fica claro porque uma empresa investe no desenvolvimento destes produtos.

O documentário abaixo mostra a guerra dos browser que foi travada no início da web, em meados dos anos 90, entre a Microsoft e a Netscape. Hoje, é fácil saber quem foi o vencedor da briga, mas o filme abaixo mostra através de quais métodos essa vitória se deu.

Agora, parece se iniciar uma nova guerra de navegadores de internet, com a Microsoft (IE8), o Google(Chrome), a Fundação Mozila(Firefox), a Opera e a Apple (Safari) brigando para cair nas graças do usuário. Vamos torcer para que o vencedor desta briga seja o internauta e a rede como um todo.

Qual a seqüencia mais eficaz entre a publicidade e a propaganda

O artigo se inicia afirmando que as pesquisas sobre comunicação integrada têm evoluido no sentido de clarear e definir conceitos, mas não têm oferecido guias aos profissionais de marketing de quais as melhores práticas para cada situação. Este artigo pretende examinar como e quando são mais efetivos duas das práticas mais comumente usadas pelos profissionais: publicidade e propaganda.

Kotler define publicidade como qualquer forma paga de promoção ou apresentação não-pessoal de idéias, serviços ou produtos. Já o conceito de propaganda é um espaço gratuito na mídia usado para promover uma idéia, produto ou serviço. Apesar de os conceitos serem bem estabelecidos, não há pesquisas que mostrem qual a combinação de mídia e a estratégia de publicidade e propaganda mais eficaz para ersuadir umpúblico e levá-lo a uma ação pré-determinada.

A literatura da área de marketing comumente afirma que a propaganda tem maior credibilidade que a publicidade, sendo, portanto mais efetiva. Os motivos incluíriam um custo menor da propaganda e o fato de o endosso de uma terceira parte fortalecer a mensagem. Para fortalecer este argumento, há o dado de Kotler de que as chances de um consumidor ser influenciado pela propaganda é cinco vezes maior que pela publicidade. Entretanto, estes argumentos não têm uma sustentação empírica sólida, e faltam pesquisas que comprovem que de fato há esta diferenciação.

Os autores, então, organizaram um teste para avaliar quatro variáveis: credibilidade percebida; força da mensagem; atitude quanto a destinação; e pretensão de compra. Estas variáveis foram testadas em grupos que apenas foram expostos à publicidade; apenas à propaganda; publicidade depois propaganda; e propaganda depois publicidade.

Os testes mostraram que a credibilidade percebida pelo consumidor é 13% maior quando a propaganda antecede a publicidade do que quando a publicidade é usada sozinha. Já a força da mensagem é 7,5% maior quando se usa a seqüência propaganda-publicidade, que quando apenas a publicidade é usada.

Já a intenção de compra é 30% maior quando apenas a propaganda é usada. Quando ela precede a publicidade, a taxa cai para 22%.

Desta forma, a pesquisa conclui que a propaganda não substitui a publicidade, mas esta complementa os esforços daquela, de maneira que a seqüência propaganda-publicidade mostrou-se mais eficiente.

Resumo do texto Sequence Matters A More Effective Way to Use Advertising and Publicity, de Marsha D. Loda e Barbara Carrick Coleman.

Coordenação entre o movimento dos Olhos e do mouse nas telas de resultados de buscas

O artigo se inicia afirmando que diversos pesquisadores têm explorado o tema do padrão de cliques nas telas de resultados de buscas. Apesar de extremamente importante, estes estudos têm algumas limitações. Por exemplo, não conseguem indicar quais outros resultados foram levados em consideração pelo usuário antes de decidir onde clicar. O estudo da forma como os usuários vêm a tela oferecem algumas outras informações valiosas, mas só podem ser feitos de maneira difícil e numa pequena escala. Já os estudos dos movimentos do cursor do mouse em uma tela de resultados de buscas oferecem ainda mais respostas, e podem ser feitos remotamente e em larga escala. Este artigo pretende identificar os padrões de coordenação entre o caminho do olhar e do cursor do mouse dos usuários numa tela de resultados de pesquisas.

Os resultados da pesquisa levaram a identificação de alguns padrões.

1 - o usuário mantem o mouse parado enquanto os olhos vasculham a página. O mouse só é movimentado quando uma ação é decidida (por exemplo, clicar num link ou manipular o navegador). Este é o chamado padrão incidental;

2 - o modo ativo do mouse é aquele em que o usuário usa o mouse como um auxílio na hora de vasculhar uma página. Há pelo menos 3 sub-padrões:

2.1 - Seguir os olhos verticalmente: o usuário move o mouse para baixo, mas sempre mantendo o cursor na mesma altura de onde os olhos estão lendo no momento;

2.2 - Seguir os olhos horizontalmente: o usuário move o cursor do mouse horizontalmente em cima ou levemente abaixo de onde estiverem lendo no momento;

2.3 - Marcando um determinado resultado: o usuário pousa o mouse em cima do resultado que julga ser o mais promissor. Enquanto isso, os olhos continuam vasculhando a página em busca de outros resultados.

Geralmente, o padrão de coordenação mais comum entre o mouse e os olhos é o incidental, pois os usuários escolhem os resultados do topo da página. Os outros padrões só são observados quando o internauta passa desta região da página. Entre os padrões de uso ativo do mouse, o mais comum é o que segue verticalmente a leitura dos olhos (76% dos usuários seguiram esse padrão em algum momento). O menos comum é o horizontal, com 36%. Já o padrão de marcação de resultados foi adotado por 56% dos usuários.

Resumo do Artigo the relationship between advertising and content provision on the internet.

Como a primazia de uma marca afeta o seu desempenho no longo prazo

O texto se inicia com afirmação de que muitos pesquisadores têm estudado sobre os hábitos do consumidor. Estas pesquisas têm evoluído bastante, mas principalmente nos mercados de produtos enlatados, como detergentes e refrigerantes. Nestes mercados, já se sabe que os consumidores tendem a manter um limitado repertório de marcas em suas mentes, de modo que a publicidade serve apenas para confirmar e reforçar os padrões de compras já estabelecidos. Entretanto, pesquisas realizadas em 1996 apontam que, em média, há uma rotatividade de 15% nos consumidores de bens de consumo não-duráveis, ou seja, a cada ano, 15% dos consumidores mudam de marca e são repostos por exatamente 15% de novos consumidores. Os números variam a depender do tipo de produto. Por exemplo, 2% dos consumidores de sabão em pó mudam de marca a cada ano, e são repostos por outros 2%. Desta forma, a publicidade também tem como objetivo atrair os novos consumidores que substituirão os antigos.

O que este artigo se propõe é investigar o poder da primazia do consumo em novos ambientes, ou seja, investigar se os consumidores tendem a permanecer comprando o primeiro produto experimentado num novo ambiente de consumo. O artigo visa também identificar de que forma as táticas de Marketing influenciam neste processo.

Pesquisas anteriores haviam mostrado que em um novo ambiente de compra, o consumidor tende a experimentar todas ou várias marcas por um curto período, e depois escolher uma ou duas destas para continuar comprando, de modo que ações de marketing posteriores não alteram significativamente os hábitos de consumo das pessoas. Entretanto, as ações de marketing que levavam a um primeiro contato de uma marca com o consumidor, tinham como resultado uma fidelidade de longo prazo.

Os testes da pesquisa mostraram que o fato de um produto ter sido o primeiro a ser experimentado, aumenta em 100% a média de sua compra no longo prazo. A primazia de uma marca aliada a ações de marketing de curto prazo aumenta em até 176% a média de compra de um produto.

Por que existe a primazia de um produto.

Se a experiência inicial com um produto for satisfatória, o consumidor tende a não se interessar por pesquisar e comparar novos produtos, tornando a escolha de uma determinada marca inconsciente.

Um outro argumento, se baseia em aspectos culturais, já que toda experiência inicial inclui uma espécie de ritual de passagem, de modo que o primeiro contato guarda mais significados e memórias que os posteriores. Este argumento é ainda mais forte quando se aplica a uma primeira vez, de um modo geral. Como exemplo, a primeira cerveja bebida, ou o primeiro carro comprado.

A importância da primazia de uma marca para o marketing é que os profissionais de marketing devem se esforçar para colocar o consumidor em contato com uma marca tão cedo quanto possível. Esta recomendação traz, pelo menos, 4 componentes:

1 - Identificar quais consumidores são passíveis de experimentar um produto num novo contexto;

2 - Direcionar a comunicação para estes consumidores;

3 - Certificar de que a primeira experiência de compra será satisfatória para o cliente;

4 - Minimizar a interferência dos produtos e comunicados dos concorrentes;


Resumo do texto - How Behavioral Primacy Interacts with Short-Term Marketing Tatics to Influence Subsequent Long-Term Brand Choice, de Arch G. Woodside e Mark D. Uncles.

Aprendendo a anunciar - como a Programação Genética é usada na escolha de anúncios contextuais

O texto se inicia com uma rápida retrospectiva sobre o mercado publicitário on-line, destacando a queda no faturamento das empresas de Internet entre 2001 e 2002, e relacionando a recuperação do mercado, a partir de 2003, com o aumento do uso de anúncios baseados em palavras-chave. Esta forma de anúncio começou a ser usada nas páginas de resultados de buscas, em que anúncios publicitários são exibidos ao lado do resultado da busca do usuário, e são escolhidos levando em consideração as palavras usadas pelo internauta em sua pesquisa. Posteriormente, os anúncios baseados em palavras-chave passaram a ser exibidos em páginas da Web, o que gerou novos desafios na hora de estabelecer quais anúncios devem ser exibidos, já que em Webpages os anúncios são escolhidos baseados no conteúdo da página, e não em algumas poucas palavras digitadas pelo usuário.

Para resolver este problema, os autores propuseram uma nova forma de lidar com os anúncios exibidos com base no conteúdo de Webpages. Este novo relacionamento se baseia numa Programação Genética (Genetic Programming - GP). Trata-se de uma máquina de aprendizado inspirada na evolução biológica para achar soluções otimizadas para certos problemas. A suposição dos autores era a de que a GP seria capaz de aprender o conteúdo de uma página e estabelecer quais anúncios são coerentes com ele.

Programação genética (Genetic Programming - GP) é um conjunto algoritmos de buscas com inteligência artificial que segue os princípios biológicos de herança e evolução. Trata-se de uma forma de resolução muito usada em problemas extremamente difíceis, principalmente para aproximar relacionamentos funcionais não-lineares e complexos.

Para testar a Programação Genética como forma de estabelecer anúncios mais coerentes a conteúdos de páginas na Web, os autores usaram 100 páginas de um jornal brasileiro, páginas estas que tratavam sobre assuntos diversos. E, de um grupo de 93.972 anúncios que se ligavam a mais de 68 mil palavras-chave, foi escolhido um grupo de 2.337 anúncios para o teste. A tarefa da Programação Genética era a de escolher os três anúncios mais relacionados a cada página.

Após o teste, percebeu-se que houve uma melhora de 61,7% no estabelecimento e posicionamento de anúncios relevantes ao conteúdo de uma página.


Resumo do texto Learning to Advertise