Análise: As negociações entre Google, Yahoo! e Microsoft e o que isso significa para o mundo dos negócios na Web

Lucas Reis

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Google, Microsoft e Yahoo: as grandes dos negócios na Intrnet
Novamente o flerte da Microsoft com o Yahoo! não deu certo. A proposta feita pela empresa de Bill Gates não foi aceita pela diretoria do site pioneiro na Internet, e este, de quebra, fechou um acordo de parceria na venda de publicidade on-line com o Google. A notícia agradou ao mercado. A ações da Microsoft subiram quase 3% e as do Google pouco mais que isso após a divulgação dessas informações. O mercado não via com bons olhos o fato de a Microsoft despejar US$ 47,5 bilhões na compra do Yahoo!; e para o Google, a notícia de que os outros dois não se entenderam é boa pois acabou por não se formar um novo e grande concorrente no marcado de publicidade digital.

Apenas para o Yahoo! a notícia não repercutiu no mercado financeiro de forma positiva. As Ações caíram 7,5% e hoje custão 30% menos do que a Microsoft ofereceu pela empresa. Isso irrita alguns investidores, que viam ana venda para o Gigante dos Softwares uma chance única de recuperar o capital investido no Yahoo! com um lucro descomunal.

Mas, nesta história toda esquece-se de colocar uma coisa: o Yahoo! não é uma empresa falida, acaba, sem perspectivas. A empresa de Jerry Yang faturou US$ 7,5 bilhões no ano passado, com um lucro liquido de US$ 660 milhões. O site é o segundo mais acessado do mundo, com uma Jarry Yang, atual Presidente e Fundador do Yahoo! enfrenta os desafios de tornar a sua empresa inovadoraaudiência de mais de meio bilhão de usuários únicos. Além disso, a empresa continua lançando produtos e serviços novos, como o Yahoo One Search. Mas então, por que o Yahoo! tem sido tratada como decadente, sem espaço no mundo futuro do e-business?

A resposta é bem complexa, mas antes de tudo começa com uma frase bem clichê: tudo é relativo! Os resultados do Yahoo! não são ruins, mas são piores do que os do Google. Mesmo com audiências similares, o Yahoo! fatura menos da metade que o Gigante de Mountain View. Além disso, o Yahoo! não tem conseguido acompanhar o ritmo de crescimento do Google, que em quatro anos mais que dobrou a sua audiência. Para se ter uma idéia, 75% das buscas americanas e 92% das buscas brasileiras usam o Google. O Yahoo! não emplacou nenhum grande sucesso nos últimos anos, não tem um bom produto para as redes sociais e o seu serviço de publicidade em buscas é bastante ineficiente. Prova disso é que acabou de fechar um acordo com o Google para exibir os anúncios deste nos resultados do mecanismo de busca do Yahoo!. Ou seja, o Yahoo! não consegue crescer, se aperfeiçoar e inovar como seus concorrentes. Mas por que a Microsoft então queria pagar tanto pelo Yahoo!?

A empresa de Bill Gates se tornou gigante numa conseguindo um quase monopólio dos sistemas operacionais e softwares de escritório em um mundo onde o PC era o centro da tecnologia. Quando este pBill Gates de olho nas receitas da Internetaradigma se desloca pra a Internet, a Microsoft demora a reagir e hoje não possui grandes serviços on-line, como os buscadores, que se financiam exibindo anúncios. Como espera-se que os investimentos em publicidade on-line chequem aos US$ 80 bilhões em 2011, não ter um bom produto para abocanhar parte desta grana é bastante perigoso. Como se não bastasse, com a evolução da Internet, vários serviços hoje vendidos pela Microsoft (como o office) estão sendo oferecidos gratuitamente pela Web. Assim, forma-se o pior dos mundos: a Microsoft não consegue abocanhar quantias significativas do mundo on-line e é atacada na sua principal fonte de receitas. Comprar o Yahoo! era uma forma de entrar com força no mundo dos serviços on-line financiados pela publicidade.

Mas, como as negociações não vingaram, resta saber como a Microsoft vai reagir, se o Yahoo! vai conseguir se manter independente e se o Google vai conseguir manter seu rirmo de inovação e crescimento. Estarei observando

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