A Formação de uma Imagem Pública pelo campo Político na época da Esfera Pública Midai´tica

Lucas Reis

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- Quais são as funções básicas da política de imagem? Que fases devem ser consideradas no circuito de produção de imagem e que classe de agentes e de atividades predominam em cada uma delas?

No mundo contemporâneo, a atividade política é cada vez mais influenciada pela publicidade, ou seja, pelos fatores e aspectos que se tornam públicos através dos meios de comunicação em massa. Assim, é necessário que se administre uma política de imagem. As funções básicas da política de imagem são: a produção de imagem pública, a adaptação de personagens reais a imagens criadas pelo público, a administração da imagem pública.

A produção de imagem pública não é apenas a conquista de espaço midiático, mas a apreensão da atenção do público para a imagem daquele ator político e não qualquer imagem, mas uma positiva e confiante. Esta função da política de imagem possui três fases: facilitar o acesso a informações sobre o agente político, adaptação dos materiais provenientes da primeira fase à lógica da indústria da informação, recepção dos materiais codificados.

Na primeira fase entram em cena os agentes internos do campo político: os próprios candidatos, seus assessores de imprensa, agências de marketing político e de publicidade. Neste momento, a preocupação é com a transmissão e com o acesso que se tem ao candidato. Não o acesso físico (encontro ou telefonema), mas como posso chegar até a imagem daquele candidato, suas idéias, seus discursos, seus pronunciamentos. Esses profissionais são os responsáveis por tudo que um candidato diz em público ou para o público e cuidam até, das roupas, do corte de cabelo e da postura do candidato em entrevistas, etc.

Depois de produzidas as mensagens (signos, símbolos) elas precisam entrar na esfera de visibilidade pública. Para isso, é preciso que se adequem a linguagem dos meios de difusão. A inserção dessas mensagens na lógica e na gramática das televisões, jornais e rádios é função dos profissionais da indústria da informação: repórteres, apresentadores, editores, articulistas, etc. Esta fase é muito importante pois é nela que os agentes políticos perdem o controle do processo de produção de imagens.

A última fase é a fase da recepção. Onde o principal agente é o consumidor, a audiência, o público. Nesta fase as imagens são formadas na mente do público depois de serem apresentadas pelos meios de comunicação. Neste momento criam-se adesões, aceitações, simpatias e antipatias. O processo de recepção é muito complexo e envolve um conjunto de fatores riquíssimos: pré-conceitos, condições de leitura (o contexto que o fruidor está inserido) e experiências anteriores. Por não ter o controle desta fase, os agentes políticos tentam, a todo custo controlar ao máximo os processos que nela acontecem, e aí surgem profissionais de grande importância para a política atual: os pesquisadores e centros de pesquisa de opinião. Eles tentam a todo custo contabilizar a imagem que foi recebida para retransmiti-la ao agente político: o feed back. Este mecanismo é uma tentativa de controle sobre a própria imagem que é crucial para a política moderna.

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