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O declínio do capital social
Dados demonstram que o engajamento cívico em geral e a participação política em particular estão em franco declínio nos EUA há cerca de um quarto de século. Interessante é que este declínio se traduz como uma mudança geracional e não uma mudança de comportamento das pessoas. Ou seja, gerações que tinham uma postura ativa no engajamento cívico, continuam a tê-las, enquanto as novas gerações parecem se envolver menos em Associações para debater e lutar por questões comuns. Um exemplo disto é a crescente profissionalização da política, em que várias atividades que antes eram executadas por militantes, na falta deste, passa a ser executadas por profissionais. Além disso, parte dos motivos da profissionalização se deve ao fato de os cidadão estarem menos interessados nos assuntos da política, e, por isso, ser preciso contratar pessoas com conhecimentos específicos para cativar cidadão para uma causa.
Putman diz que a participação política tem caído desde 70. Mostra isso através de dados e argumenta que a participação tem caído de forma mais acentuada nas ações que exigem maior grau de comprometimento e trabalho coletivo: as ações que geram mais capital social.
As vantagens de uma democracia de base, pensada a partir das organizações cívicas podem se resumidas em duas dimensões:
1- Fortalece a possibilidade de os indivíduos terem os seus interesses e demandas considerados, protegendo-os, assim, do abuso de poder dos líderes políticos.
2- As associações são lugares onde se adquirem hábitos de cooperação, espírito público, onde se aprendem habilidades cívicas.
Entretanto, esses pontos positivos são pregnantes de alguns riscos. As associações podem ser anti-democráticas, ou corporativistas, ou discriminatórias, por exemplo.
Para Putman, uma democracia sem capital social não funciona, devendo-se então reconstruir uma ambiente passado rico em capital social. As suas razões para esta restituição são as seguintes: porque em ambientes com baixo capital social, quem controla as associações é um pequeno núcleo de pessoas, e não uma coletividade. Neste modelo, a participação se daria por procuração, ou por contribuição, e não por uma interação face-a-face; a profissionalização tira espaço dos voluntários, que cooperam e interagem; por fim, porque a nova democracia se apóia em uma comunicação de massa, gerando uma política para se assistir, e não para participar.
A Televisão Contra a Democracia
Segundo Putman, o principal culpado pela diminuição do engajamento cívico nos EUA é o surgimento da TV. Segundo ele, a TV toma o tempo livre das pessoas, e dá a este um caráter solitário, descomprometido e desengajado. A TV mostraria uma realidade dura, levando as pessoas a temerem sair de casa, além do mais, a TV mostraria as notícias do mundo como um espetáculo, algo que deve ser assistido, mas em que não se pode interferir. Deste modo, democracia e TV na combinam.
Este resumo trata do assunto "Comunicação e Política".Veja aqui como alguns livros sobre este tema.
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