Continuação: Esfera Pública Política e Comunicação em Mudança Estrutural de Habermas

Lucas Reis

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A Degradação da Esfera Pública

Segundo Habermas, a esfera pública moderna não existe mais desse modo. Sua crise é proveniente da mudança de estrutura pela qual passa o Estado e na qual se dilui o contraste entre Estado e Sociedade. Além disso, o reconhecimento social da esfera pública partia do princípio da acessibilidade. Porém, com os antagonismos econômicos transformados em antagonismos políticos, a esfera perde a sua esfera de lugar do melhor argumento.

Além disso, a íntima vinculação, de submissão, da esfera pública contemporânea aos massa media o que constitui o fenômeno que caracteriza da maneira mais evidente a degeneração da esfera pública moderna. Neste novo momento, as pretensões ainda têm que ser mediadas discursivamente, mas não mais no interior da esfera pública, mas diante dela. Segundo Habermas, o que era discussão virou sedução. Agora, a imprensa é simplesmente um campo em que proprietários privados agem sobre pessoas privadas, enquanto públicos, para influenciá-las. Aqui entra em cena uma outra forma de publicidade, baseada na exibição de posições e exposição de produtos para os quais se deseja formas concertas de adesão. Desta forma, a opinião pública passara a ser encenada.

A Esfera da opinião pública contemporânea se caracteriza como a esfera da representação pública dos interesses privados. Aqui, as pretensões se apresentam segundo certo cerimonial a um público do qual se requer apenas que desfrute da sua aura e a aclame. Neste sentido, a opinião pública não é uma opinião gerada publicamente, mas uma opinião capaz de capturar a adesão pública. Os destinatários são agora meros consumidores de pontos de vista políticos ou culturais, geralmente dispostos a oferecer o próprio acordo a uma posição que diante dele se apresenta, selecionando-a no mercado de pontos d vistas disponíveis.


Discutindo o conceitode Esfera Pública

O modo democrático de produção de decisão política distingue-se das alternativas que a história nos apresentou, pois cumpre três requisitos básicos: 1 a igualdade, de dignidade e de direito dos cidadão; 2 o reconhecimento do conjunto dos cidadão como a única fonte de poder legítimo; 3 o estabelecimento da discussão como único procedimento de decisão.


Mudança estrutural se funda sobre uma ecologia e um discurso ambiental defensivos e trágicos. O ambientalismo de Habermas é coerente com uma atitude intelectual que adota pelo menos uma das duas posições seguintes: 1 resignação e hiper-crítica em face ao atual estágio da esfera pública; 2 expectativa de que os componentes novos que causam as mudanças sejam neutralizados.

Percebe-se que não há aí nenhum espaço para que se possa pensar a discussão e a visibilidade num ambiente marcado pela comunicação de massa.

Porém, o arrefecimento e a reestruturação da esfera pública, é resultado histórico do seu êxito e não uma decorrência da intromissão de um estranho ao sistema, no caso, a comunicação de massa.

Além disso, a comunicação de massa não pode nem deve ser pensada como adversária automática de uma discussão e de uma visibilidade pública favoráveis à democracia. Ao contrário, o que hoje é evidente é que a comunicação de massa leva a prática política ao máximo de discutibilidade e de visibilidade.


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